Diário de uma azarada - Festa Junina, Família e Fim de viajem



Azarado que é azarado nem nas férias deixa o azar de lado. Isso significa todo o tipo de azar possível, seja passar horas no engarrafamento enquanto está indo para outra cidade à passar horas tentando voltar para casa sem nem ao menos saber ao certo em que cidade está. E isso tudo parece que sempre acontece comigo. Eu fui passar a Festa Junina na casa dos meus tios, junto com meus primos, minha mãe e uma amiga.

No começo eu realmente estava super animada, consegui uma carona pra lá, chamei uma amiga (tão chata quanto eu) arrumei as malas e me mandei. Só que eu ainda não contava com todo o engarrafamento que a gente pegou. Nem que a porrada de horas antes ( enquanto eu arrumava minha mala bati minhas "ancas" na porta do guarda-roupa) começaria a doer. E então a viajem foi um fardo. E e achei que tinha terminado quando eu cheguei na cidade que ia ficar, mas ai meu pai me faz ligar para meu tio para saber se ele estava em casa e não na festa.

E mais desastre. Eu acabei ligando para o número errado e só consegui ligar certo depois de duas tentativas erradas. Até ai tudo bem Lana,  todo mundo tem um azarzinho de vez em quando...Então nos instalamos lá. No dia seguinte chegou o resto da família, todo mundo feliz da vida e... Festa. Sempre tem festa nos interiores...Você vai pra rua ver algum show, só que imagine estar no show e ser chamada pra dançar quando você quer ficar parada ? Basicamente foi isso que aconteceu no primeiro dia de festa. Eu não estava tão animada, não minto, eu nunca tô muito animada.

Vamos analisar a situação "festa na rua". Em primeiro lugar tem um monte de gente andando o tempo todo. Se não tá perto do palco, quer ficar perto. Se tá perto, que ir pra longe... Tem o povo que passa o tempo todo achando que exatamente o lugar que você está é caminho. Existem as pessoas que pisam no seu pé e não pedem desculpa, as que empurram e também não pedem desculpa. Os animados que pulam o tempo todo e os que derramam refrigerante/cerveja/ou algo não identificado na sua roupa. E alguém ainda me pergunta porque eu não gosto de festa ? Se você realmente acha que tô exagerando, releia o parágrafo. 

Ai, depois de me espremer no primeiro dia para ver a banda que tava tocando e chegar em casa totalmente acabada tem o fator... "Casa cheia + não tem lugar pra dormir + 'O ronco'". Se há algo que prejudica o sono de alguém, com certeza, de todas as alternativas acima,  é o ronco. Que a casa tava cheia todo mundo sabia...E quem chegou por último da festa... Bem, dormiu no chão. Algo que me fez espirrar um pouco no dia seguinte, mas como podem ver (ok, não podem ver... Mas ler ?!) eu sobrevivi.  Agora... O ronco, bem, para quem não sabe, se existe uma pessoa roncando perto de você parecendo um ornitorrinco com uma serra elétrica você não fica muito animado, feliz ou dormindo...

Depois da festa, do ronco eu acordei pronta para um novo dia... Ah, sem contar minha amiga (que é tão chata quanto eu, como eu já disse antes) que se deu tão bem com meus primos que fizeram sessões de "Perturbe Ilana". E mais festa a noite, uma dupla sertaneja que eu não conhecia, mas aparentemente minha prima mais nova e minha amiga sabiam todas as músicas... Ok, as duas musicas conhecidas deles eu conhecia e é claro as de outros cantores que eles colocaram no repertorio. O ponto alto e engraçado da noite foi quando um rapaz chamou minha amiga pra dançar lentamente... 'Ana Julia'. Serio, dançar lentamente 'Ana Julia', eu ri tanto da cara dela que compensou pela perturbação.

Falando que nada são flores, teve a última noite, que teve a banda que eu queria assistir. Só que eu estava tão irritada, com tanto frio, que passei metade da noite sozinha, quando a banda enfim começou eu fui assistir. O final da madrugada foi ótimo, apesar de que o dia seguinte foi a 'aventura' do ano. O negocio é o seguinte, nós viajaríamos aquele dia, mas não havíamos comprado passagem. Minha amiga tinha prova no dia seguinte no curso e precisava mesmo ir aquele dia... Ela me acordou 12:00 e depois de muita arrumação e enrolação ficamos prontas. 

Mas como o destino me ama e eu tenho uma sorte... O marido da minha prima, que ia com  a gente foi ver a família que não via a tempos... E disse que voltaria logo. Mas esse "volto logo" dele foi antes de eu acordar. Eu já tinha arrumado minha mala, me arrumado, feito comida, arrumado a casa e nada dele voltar, como estava ficando tarde a gente foi embora. Sem numero de táxi... Nós subimos uma ladeira, andamos um tempão até conseguir achar uma topique (porque se eu já tinha andado aquilo tudo pra que pagar táxi agora ?!) . Mas até conseguir achar a topique minha amiga já tava reclamando "Ah isso, ah aquilo, a mala pesa... blábláblá" e ela sabe que eu piro quando eu tô carregando algo pesado e alguém fica reclamando no meu ouvido.

Pegamos a bendita topique, fomos para a rodoviária e... Sem passagens até dia seguinte. Ela pirou, eu pirei e depois de muita informação soubemos que se fossemos para outra cidade poderíamos conseguir passagens. E lá fomos nós. Só que como a sorte me ama, pegamos um engarrafamento. O cobrador da topique foi de uma cidade a outra me ouvindo falar, perguntar e monologar com ele. "Ah, estamos perto ?" ou "Faltam quantas cidades para chegar lá ?" o também poderoso "Em que cidade estamos mesmo ?" ah, e esse "Você sabe quantas horas demoram pra chegar lá com engarrafamento ?". Eu consigo ser uma mala quando quero e o pobre garoto teve que me aturar. 

Sem contar, que a minha pessoa, quando está com fome, irritada, e no engarrafamento em um lugar totalmente desconhecido deixa de ser apenas chata, para se transformar em chata pessimista. Usando frases como "Imagina se a gente morrer no meio do caminho ?" ou "E se não conseguirmos passagem ?" talvez... "O pior é se nos assaltarem no meio do caminho e a gente ficar numa estrada, sem dinheiro, sem telefone, sem ninguém...Ai como voltamos pra casa ?" e é claro uma hora ou outra minha amiga iria explodir me mandar para de ser pessimista e calar a boca. Não surtiu tanto efeito, mas ai eu voltei a conversar com o cobrador.

Depois de finalmente - horas a fio dentro daquele carro, teve até um espanto do cobrador quando eu disse que não estava conseguindo enxergar algo que ele me mostrou "Eu sou cega" eu disse o cara acreditou. É claro que eu tô precisando de um óculos mesmo, mas o menino ficou tão espantado que me fez rir "Você é cega... Nossa, senti pena agora moça..." e isso realmente me deixou menos pessimista por alguns minutos. - chegarmos a cidade, descobrimos que não tinha ônibus nenhum para Salvador... Ai eu me acalmei para não entrar em desespero, porque se minha amiga já tava louca, não adiantaria nada eu também ficar.

O rapaz que nos levou queria que pagássemos 40 numa passagem que é menos de 30 reais. Eu é claro, como chata que sou, não quis aceitar isso e foi quando apareceu a salvação. Um ônibus de passei que resolveu chamar todo mundo que precisava ir pra salvador cobrando 25. E lá fomos nós... Eu quase corri de alegria (Ok, mentira, eu corri de alegria). E seguimos viajem, apesar de estar morrendo e de medo. Porque eu não sabia nada sobre o ônibus, nem motorista, só que havia um monte de gente, como a gente (Desesperadas) pra chegar em casa. 

Fomos ouvindo Pablo (pra quem não sabe é um cantor de arrocha baiano e tal...) eu tava tão desesperadamente feliz por estar indo pra casa que até cantei umas musicas dele... Enquanto minha amiga foi a viajem toda dormindo. A peste 'criatura' estava sentada do meu lado, ai primeiro só se jogou no meu braço e foi dormir. Ai depois já tava com a cabeça deitada no meu colo... Achando que Ilana é travesseiro! Agora vê se pode, ela dormindo e eu pensando que morreríamos antes de chegar em casa...

Depois de toda a viajem - porque passamos por um monte de cidades, por um caminho que eu nunca havia visto antes e isso me lembrou aqueles filmes de terror em que as pessoas param em um lugar para abastecer ou procurar alguém pra trocar o pneu e acaba todo mundo morto... E como a minha imaginação é fértil eu pensei isso até chegarmos sãs e salvas... (Não tão sãs assim, mas tudo bem) - finalmente pisamos em solo Soteropolitano! Logo depois, felizes da vida, por termos chegado inteiras fomos pegar um ônibus pra casa e felizmente a história acabou bem. 

E eu recomendo a todos que comprem suas passagens antes, não corram risco, porque como a história acabou bem pra mim e minha amiga, poderia não ter acabado. Então, se liguem, só peguem ônibus saídos da rodoviária e de preferência com a passagem comprada antes. Espero que tenham gostado e rido da nossa pequena aventura.

























Diário de uma azarada - Festa Junina, Família e Fim de viajem Diário de uma azarada - Festa Junina, Família e Fim de viajem Reviewed by A escritora sonhadora on 02:42 Rating: 5

2 comentários

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
    Nossa que aventura viu, sofremos demais nesse dia heim ? Mais felizmente acabou tudo bem.

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    1. É, aventura danada de ruim essa. Mas eu até que me diverti ouvindo Pablo enquanto você dormia e eu imaginava de quantas formas poderíamos ser mortas como nos filmes de terror kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk E da próxima vez, vou mesmo comprar as passagens adiantadas :)

      Beijoos!

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