Os céus nunca mudam...

Antes de apresentar a poesia, quero colocar minhas considerações quanto a ela " Eu comecei a escrever essa poesia em uma viajem que fiz, estava em uma lancha, com muitas pessoas ao redor, me sentei no chão pois não tinha espaço e olhei para o céu, então peguei meu - quase - inseparável caderninho e comecei a escrevê-la. Espero que gostem, como eu gostei de fazê-la". 

Os Céus Nunca Mudam

Você veio, você foi.

Eu chorei, me lembrei.

Superei, revoltei.

Fiz canção, fui paixão.

O vi, senti.

Sorri, chorei.

E lembrei outra vez,

Como era a paixão.

Viajei, velejei

Me tranquei,

Em mim mesma.

Voei,

Sai do chão

Fui ser outra estação.

Extasiei–me. Invoquei–me.

Me fingi de surda.

Me fingi de muda.

E muda, mudei.

Mudei os sentimentos,

Os prantos e lamentos.

Mudei os acordes,

A letra e a música.

Mudei de bairro,

De lua e de rua.

Fui morar na sua.

Fielmente Sua.

Como nos livros de romance,

Aqueles de Jane Austen,

Ou os de Nicholas Sparks.

Vendendo Felicidade,

E comprando Simpatia,

Mudando a cada dia,

As sua vida, a nossa,

A minha.

Mudando os quadros da parede,

E os quatros das lembranças,

Vivendo apenas de esperança.

Sendo esperança!

Mudando as fotos e os lençóis

E os sorrisos que nós,

Demos sem perceber,

Quando mais nada,

Se tinha a fazer.

Mudei com os dias

Com as horas,

Com o tempo.

Renovei meus sentimentos!

Vi as pessoas mudarem,

Os carros passarem,

E os sinos soarem.

Vi sonhos serem desfeitos.

Amores perdidos por medo.

E outros, vencidos com beijos.

Vi você continuar,

Vi seus olhos ao me beijar,

Vi as nuvens a passar,

Mas nunca vi o céu mudar.

Os céus nunca mudam, afinal.

Seja dia ou noite,

Eles permanecem igual.

Em uma tempestade impetuosa,

Ou na mais ligeira calmaria,

Ao cair da noite,

Ou num encantador, nascer do dia.

Os céus nunca mudam,

Então escute–me, meu bem.

Eles são tão infinitos,

Quanto o amor que a gente tem.