Liniker e os Caramelows: Show de alma


(na foto: Liniker , tirada no show do dia 22/04/2016)

Há alguns meses fiz um post sobre um cantor chamado Liniker, na época estava tão apaixonada que embora ele só tivesse três músicas lançadas, eu enlouquecia as ouvindo sem parar. E foi por isso que tive alguns pequenos surtos quando soube que Liniker faria um show aqui, em Salvador. A primeira reação foi pirar mesmo, pulei, dancei, conversei com uma amiga minha também apaixonada por ele e disse a mim mesma que teria que ir a esse show.

No dia que os primeiros lotes abriram, por um acaso do destino que já me ama (sqn), eu passei o dia na rua, sem contato algum com o computador, quando cheguei na faculdade essa minha amiga, que disse que queria ir ao show, falou que o primeiro lote estava aberto e assim que cheguei em casa corri pra comprar. Engoli a decepção do primeiro lote de meia ter esgotado e comprei mesmo a inteira.


(print super preservando a identidade e privacidade da amiga, por razões obvias)

Eu e Joice confabulamos por dias e mais dias. Todo dia era um lembrete "falta 20 dias", "falta 10 dias", "falta 1 dia", "Como diria Ludmila, é hoje". E entre postagens e mais postagens nós conseguimos vivenciar aquilo que antes eu diria ser bobagem de quem não tem muito o que fazer, todas aquelas contas sobre o dia do show, falar com amigos, postar nas redes sociais.

Tenho uma mania, que eu espero logo extirpar da minha vida, que é de comprar quando estou nervosa. Nem é nervosa a palavra, é só gostar mesmo eu estou lá, gastando meu salário com roupas. De uns meses para cá tenho feito muito isso, por esse motivo quis comprar uma saia que vi para o show. Só que a saia com abertura na frente, longa, maravilhosa, não tinha. Então fiquei decepcionada, andando pela loja quando achei uma saia que basicamente foi a salvação da minha vida, mas condenação do meu bolso.

No dia do show, na sexta-feira (22), eu me arrumei sozinha, em casa, ouvindo várias músicas e bebendo. Sai de casa feliz, confiante, louca para ver o que a noite me traria de bom. Já cheguei no Pelourinho, local que ia ter o show, depois de passar pelo elevador Lacerda e ver vários rapazes vestindo saias. Juro a vocês, fiquei apaixonada, sorrindo de orelha a orelha com a cena.

Esperei minha amiga e fomos juntas para a praça Tereza Batista, onde aconteceria o show. Depois de passar uns quinze minutos em uma fila de meia, sem saber que a de inteira era separada, eu fui para o final da fila. E, se eu já estava surpresa com o tamanho da fila que eu julgava ser única, quase entrei em surto quando vi o tamanho daquela fila. Achei que não teria mais fim, mas teve, ainda bem.

Enquanto estava na fila encontrei conhecidos, vi gente tentando ser esperta para passar na frente dos outros e ouvi, também, uma frase que me deixou emocionada. Um rapaz, gay, falou para mim enquanto discutíamos sobre o tamanho da fila "Acho que eles subestimaram ele. Uma bicha, negra e que se veste de mulher, eles acharam que não daria tanta gente, mas olha isso aqui, olha isso aqui". E ele estava certo. Aquela fila provou o quão amado, querido e talentoso Liniker é.

Entrei, encontrei com minha amiga que tinha ficado na outra fila, fomos para a frente do palco, dançamos loucamente até o show começar. E quando começou, todo o cansaço de uma semana estressante, toda o peso das notas da faculdade, toda a dor no pé com um saltinho naquelas pedras do Pelourinho, tudo que eu queria esquecer foi esquecido. Só conseguia olhar abobada para aquela banda maravilhosa, para a backing vocal de Liniker, que é uma deusa e para ele, mostrando que o talento tem forma humana sim! E se chama Liniker de Barros Ferreira!

O show me mostrou o soul, a black music, mas também me mostrou o amor, em cada canto daquela praça, com todas as pessoas cantando e dançando e rindo. O show não teve brigas, não teve confusões, foi divertido, foi um show de alma mesmo. Almas estavam ali curtindo, almas estavam no palco cantando. Foi um encontro delas. Porque os corpos, nossa, os corpo jamais conseguiriam passar e sentir o que nossas almas, juntas naquele espaço, sentiram!


Caramelem-se <3








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