Resenha — As Doze Tribos de Hattie

As Doze Tribos de Hattie é uma história fascinante sobre aceitação, amor, família, tolerância e, principalmente, sobre a protagonista desta historia. Uma mãe que, à sua maneira, faz tudo que pode pelos seus filhos. #livro #família #leitura #AsDozeTribosdeHattie

Uma foto publicada por A Escritora Sonhadora (@aescritorasonhadora) em Dez 18, 2015 às 5:39 PST

As Doze Tribos de Hattie tem a missão de contar a história dos 12 descendentes de Hattie Shepherd, uma mulher que em 1923 fugiu da Geórgia por causa violência política racial que deu fim a vida de seu pai. São contos curtos que nos fazem descobrir quem foi e quem esta mulher se torna.

Esse livro foi uma surpresa e ao mesmo tempo não foi. Eu namorei ele, descaradamente, enquanto fazia a compra na Submarino. Peguei, coloquei no carrinho e não conseguia deixar de achar incrível, a capa e, como agora evito ler a sinopse, foi uma surpresa quando ele chegou aqui e eu o escolhi, sem saber absolutamente nada sobre ele, para ser o primeiro livro das minhas compras de Black Friday a ser lido.

Comecei a leitura sem entender exatamente qual era a divisão do livro, que é pelos filhos de Hattie. Cada capitulo conta a história de um deles e mostra a presença da mãe na vida deles, o que muda da Hattie que tem gêmeos, quando tinha 17 anos, para a Hattie do último capitulo ? 

A mulher, em muitas histórias, é tida como a pessoa que resolve todos os problemas, se ela é mãe, parece mais uma obrigação e nessa história podemos ver a história da mulher e da mãe se entrelaçar a ponto de uma se anular pela outra.

O livro trás questões sociais em boa parte dos seus capítulos, homossexualismo, racismo, homofobia, aceitação, pedofilia, aceitação, problemas  mentais e mais uma séries de problemas que afetam a vida de muitos dos membros da família Shepherd. 

A leitura foi rápida e instigante, confesso que em alguns momentos e em alguns personagens eu ficava desesperada para saber o final. A história tem seus personagens complexos e todos eles estão ligados a Hattie. Li uma resenha sobre esse livro e o autor da resenha disse que sentia falta da conexão entre os filhos, mas o foca da narrativa era Hattie, então acho que essa questão não é tão pertinente assim.

Foi uma surpresa nesse final de 2015, que me trouxe poucos livros que me desse um prazer real em ler. Desde as questões raciais às dificuldades em que negros passavam na época em que o livro se passa. A luta diária de uma família negra, de uma mãe negra, de uma mulher negra. Esse livro foi a minha salvação literária de 2015.